« quando eu estou triste as palavras vão e vêm e eu não as encontro »

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Perder é sempre doloroso.

apegamo-nos às coisas que temos, às nossas conquistas e em particular aos nossos projectos e sonhos como se fossem direitos inalienáveis e inabaláveis. ficamos aflitos quando nos roubam a carteira, o carro, a casa. Quando percebemos que a "nossa" promoção foi para outra pessoa, que o nosso amor já não nos quer.
Quando percebemos que uma pessoa "próxima" vai morrer sentimos uma perda não muito diferente e sempre egoísta (porque por vezes o melhor para as pessoas é mesmo partirem). Porque são os próximos que nos dão a sensação de segurança e de que não estamos sós de que tanto precisamos. Porque nos habituamos a ter a vida povoada daquelas pessoa, de tal forma que não concebemos a existência sem elas. quando a pessoa que nos morre (reparem na expressão idiomática "a pessoa que NOS morre", como se fosse algo que a pessoa faça a outrém) é um filho, a experiência é ainda pior. Porque os filhos facilmente se tornam na razão de ser dos pais, o motivo pelo qual vão cedo para casa, a justificação de pouparem dinheiro e se privarem de coisas, o pretexto para procurarem determinadas experiências, para saírem de casa, o vício da sua vida. São linhas que nos entram pela alma e nos assolam em cada palavra. Sentimo-nos, por vezes, protagonistas desta história dolorosa, mas real.tudo faz sentido e funciona como recordação: a música, a poesia, as narrativas, as cartas, a filosofia e tudo aquilo que foi feito com amor.


(...)

1 comentário:

diz-me o que sentes.